Maçãs brilhantes

 

Desde pequena que gosto de filmes de animação. Passava as tardes da minha infância a ver sempre os mesmos filmes, sabia as falas decor mas não era isso que me fazia parar. Gostava daquilo. Gostava principalmente daquela magia. As coisas simples como a maçã da Branca de Neve pareciam mais saborosas, mais bonitas. E acho que foi aí que comecei a sonhar com a bela da maçã. Sonhava que via a maçã, que lhe pegava e quando ia a trincar... acordava. Foi e continua a ser muito frustrante porque nunca a consegui provar. Saber o verdadeiro sabor daquela coisa brilhante? Nah. Nunca.

Hoje em dia também tenho maçãs dessas. Vejo as coisas, imagino-as com o coração e depois quando vou para as tocar não consigo. A maçã vermelha e brilhante afinal é uma massa de  ar que não passa de fruto da minha imaginação e só aí é que vejo que não passa de um conto de fadas. O melhor mesmo é fechar o livro, comer a maçã com bicho e deixar de criar expectativas.

Boas (Más) Pessoas

                                 

No fundo, no fundo somos todos más pessoas. Não há ninguém que não pense mal de alguém, nem que seja uma vez na vida, nem que não tenha vontade de espancar o outro pelo simples motivo dessa mesma pessoa respirar.
Há sempre um momento assim, nem que seja por estarmos bêbados.
No entanto, quando pedimos às pessoas para se descreverem, estas costumam dizer que são simpáticas e amigas do seu amigo. "Ah e tal, sou muito boa pessoa porque sou amiga do meu amigo". Grande coisa, ainda se fosses amiga do teu inimigo, aí até te batia palmas. Somos todos umas óptimas pessoas, é pena que na hora da verdade desistimos das pessoas porque não nos queremos magoar e não damos a moedinha ao pedinte.

E agora, despeço-me. Vou gastar a moedinha do pedinte num café ou num hamburguer da europoupança.

Remmember me

O filme pode não ser grande coisa, mas que eu dava (quase) tudo para ter aquela luz dourada a entrar-me pela janela, dava. :)

O que não nos mata torna-nos mais fortes.

Gaivotas

A praxe é uma merda, dizem, Cambada de fascistas, opressores e burros são os que os seguem, com aquelas roupas ridículas a fazer o que eles querem e bem lhes apetece. Mas o que eles não sabem (algo que também não sei muito bem) é que a praxe é algo mais. É cegar com um shot de absinto e alguém nos ensinar a vomitar, é estar às 7h nos Leões completamente encharcados e a tremer, mas a sorrir, é estar em recinto e olhar para o lado e pensar “não desistas” e o colega não desistir. É estarmos no meio da rua com uma amiga no chão e defendê-la com unhas e dentes, é rodeá-la para ninguém a ver e oferecer porrada, mesmo sabendo que a probabilidade de levarmos é maior do que a de darmos. É sentirmos que “vocês são meus” e associar coisas simples como gaivotas, a grandes momentos, arrepiantes, de tão intensos. A praxe é isto e muito mais, mas só quem está é que o sabe.  

Marginal, com muito gosto. 

 

São os pormenores que fazem a diferença. 

As amigas são aquelas criaturas chatas que nos infernizam a vida. Chamam-nos, carinhosamente, nomes, dão-nos pontapés no cu, criticam as nossas fotos e gozam connosco porque somos parolas e porcas. Levam-nos pro café quando temos de estudar e também vão connosco às casas de banho, que já agora aproveito para dizer que são sítios onde se dão as conversas mais íntimas entre seres femininos (sabe-se lá porquê!). Reparam, quase, sempre nos pormenores e, às vezes, surpreendem-nos com mimos.
Os mimos de amiga, esses sim, são sempre os melhores. Sabem a Sundae de Caramelo em dias de estudo de Fisiologia.
Este post é, precisamente, dedicado a elas, que nos mimam, mesmo sem saber que são mencionadas em blogs ridículos.